Cetobriga
Tour
Os primeiros vestígios de ocupação humana em Setúbal foram encontrados exclusivamente na colina de Santa Maria, que era delimitada a sul e a ocidente pela baía e por um braço de mar. O principal núcleo da cidade romana localizava-se nesta zona elevada, onde foi identificada uma estrutura interpretada como um edifício público, possivelmente parte do fórum.
No final da Idade do Ferro, começou a formar-se um cordão litoral a partir da colina que, em época romana, se estenderia até à atual Praça do Bocage. Nesta zona baixa instalaram-se atividades industriais, como fábricas de salga e olarias para produção de ânforas.
É provável que na zona pantanosa a norte deste cordão litoral, que só ficou colmatada no século XVI, se explorasse sal, embora seja difícil encontrar provas materiais. Não existem evidências diretas da atividade portuária, mas há numerosos testemunhos indiretos que comprovam a importância de Caetobriga como porto comercial romano.
A única necrópole identificada situava-se na zona oriental da colina de Santa Maria, possivelmente associada à entrada da via proveniente de Salacia. Era uma necrópole de inumação utilizada pelo menos entre os séculos II e IV.
Na margem direita da ribeira do Livramento existia outro núcleo de ocupação, com vestígios detetados sob o atual Bairro do Troino. A partir deste núcleo acedia-se à via para Olisipo, da qual a Calçada do Viso parece ser um vestígio.
Os primeiros vestígios de ocupação humana em Setúbal foram encontrados exclusivamente na colina de Santa Maria, que era delimitada a sul e a ocidente pela baía e por um braço de mar. O principal núcleo da cidade romana localizava-se nesta zona elevada, onde foi identificada uma estrutura interpretada como um edifício público, possivelmente parte do fórum.
No final da Idade do Ferro, começou a formar-se um cordão litoral a partir da colina que, em época romana, se estenderia até à atual Praça do Bocage. Nesta zona baixa instalaram-se atividades industriais, como fábricas de salga e olarias para produção de ânforas.
É provável que na zona pantanosa a norte deste cordão litoral, que só ficou colmatada no século XVI, se explorasse sal, embora seja difícil encontrar provas materiais. Não existem evidências diretas da atividade portuária, mas há numerosos testemunhos indiretos que comprovam a importância de Caetobriga como porto comercial romano.
A única necrópole identificada situava-se na zona oriental da colina de Santa Maria, possivelmente associada à entrada da via proveniente de Salacia. Era uma necrópole de inumação utilizada pelo menos entre os séculos II e IV.
Na margem direita da ribeira do Livramento existia outro núcleo de ocupação, com vestígios detetados sob o atual Bairro do Troino. A partir deste núcleo acedia-se à via para Olisipo, da qual a Calçada do Viso parece ser um vestígio.

Points of Interest

Salgas de preparação de peixe
Tanques de salga de peixe do período da ocupação romana, descobertos em 1979. À semelhança …
As ruínas da Fábrica Romana de Salga foram descobertas em 1979, aquando das obras de construção de um edifício situado na Travessa de Frei Gaspar, em Setúbal. Este complexo industrial destinava-se à preparação de derivados de peixe, incluindo o garum, ou pasta de peixe salgada, que na época constituía valiosa moeda de troca. Setúbal, a Cetobrica romana, era então um importante entreposto comercial, baseado em grande parte no comercio das conservas do abundante pescado do estuário do Sado. Para além da fábrica da Travessa de Frei Gaspar, conhecem-se duas outras na cidade, situadas na Rua Januário da Silva e na Praça de Bocage. A laboração destas salgadeiras implicava o desenvolvimento de indústrias auxiliares, como as olarias, os estaleiros, as manufacturas de redes de pesca, as salinas e as quintas agrícolas, dinamizando desta forma toda a região.
As escavações arqueológicas realizadas no sítio revelaram dois grandes grupos estruturais. Um primeiro conjunto de estruturas teria eventual carácter habitacional, sendo datável de meados do século I d. C., época na qual seriam construídos o peristilo e a zona do pátio. No último quartel da centúria foi edificada a fábrica de salga, que se desenvolvia em torno do pátio central já referido, numa série de estruturas das quais apenas uma parte se encontra identificada. Junto da construção existiria um forno de olaria, para fabricação das ânforas nas quais os preparados de peixe eram embalados para exportação. A fábrica foi abandonada ao longo do século IV, quando os tanques ou cetárias passaram a ser utilizados como lixeiras, mas seria recuperada no século seguinte, quando se deu a segunda fase de construção do complexo. Embora não voltasse a laborar em pleno, os tanques foram beneficiados com novos revestimentos, em opus signinum, aparelhamento habitualmente utilizado para impermeabilizar estruturas, constando de cal e cerâmica triturada. Na mesma época, um dos tanques quadrangulares de maiores dimensões foi dividido em dois, e o pátio do século I foi igualmente revestido por um segundo pavimento. É em torno deste que se organizam, e são ainda visíveis, 14 tanques quadrangulares, dispostos em duas fiadas paralelas. A fábrica seria definitivamente abandonada no século V ou VI, certamente devido à decadência dos mercados e do comércio que se seguiu à queda do Império Romano, em 476 d.C..
Sílvia Leite / DIDA / IGESPAR, I.P. / 18-09-2007
Fábrica Romana de Salga
Pleiades ID: 53168773
production
Description
This Roman fish-salting workshop located in Setúbal dates to the first century CE. It was discovered in 1979.
See Further
-
Wikipedia (Spanish) Fábrica romana de salado de SetúbalAccessWikipedia: la enciclopedia de contenido libre. Wikimedia Foundation, 2001. https://es.wikipedia.org.
Names
es
Creators & Contributors
Jeffrey Becker
Citation Information
Jeffrey Becker. "Fábrica Romana de Salga" Pleiades, 14 June 2022. https://pleiades.stoa.org/places/53168773.
Last modified: 2022-06-14T20:25:09Z
A Fábrica Romana de Salga situa-se na Travessa de Frei Gaspar, no centro da cidade de Setúbal, no subsolo de um edifício onde se encontravam instalados serviços da Região de Turismo da Costa Azul.[1]
Esta unidade industrial romana, composta por catorze cetárias, foi descoberta em 1979, quando de obras efectuadas nesse mesmo local. Esta unidade dedicava-se à salga de peixe e pequenos crustáceos, com os quais se preparavam vários alimentos e condimentos, destacando-se o garo.
Corresponde a um período de ocupação que vai do século I ao V/VI. A fábrica foi posteriormente abandonada, devido à decadência dos mercados romanos.
Monument Types
food processing plants
(fábricas de salga)
AAT: 300006335
Historical Locations
-
Caetobriga
Certainty: segura Period: Época Romana
Current Location
- São Sebastião, Setúbal, Setúbal, Portugal
Time Periods
-
séc. I - séc. VI
Period: Época Romana Method: Contexto arqueológico
Geographic Information
-
Coordinates: 38.523481, -8.890321Accuracy: confiávelFeature Type: PointCRS: ETRS89 / Portugal TM06
Nearby Points of Interest
Fábrica romana de salga integrada nas caves de um edifício na Travessa de Frei Gaspar, 10, em Setúbal
Escadaria que dá acesso ao átrio superior da Misericórdia
Edifício sito na Avenida Luísa Todi, n.ºs 97-99 (também designado por Edifício do Club Setubalense)
Antigo Edifício da Agência do Banco de Portugal
Igreja matriz de São Julião
Tour Posts
May 8, 2025
SILVA, Carlos Tavares da; SOARES, Antónia C.; SOARES, Joaquina. "Fábrica de Salga da Época romana da Travessa de Frei Gaspar", Primeiro Encontro Nacional de Arqueologia Urbana, 1985
FERREIRA, Octávio da Veiga, "Algumas considerações sobre as fabricas de conservas de peixe da antiguidade encontradas em Portugal" , 1966-67

Estação arqueológica do Creiro
Na época romana, a riqueza de peixe e sal no estuário do Rio Sado levou à criação de indústrias de peixe salgado centradas nas cidades de Cetóbriga (atual Setúbal) e Tróia. A fábrica de Creiro foi uma das unidades de produção mais pequenas, mas antigas, de peixe salgado e em conserva, e de molhos de peixe que eram exportados por todo o Império em ânforas especialmente desenhadas. A região de Setúbal era a zona mais importante do Império Romano para o processamento de produtos piscícolas.
Nearby Points of Interest
Tour Posts
As escavações no Creiro
May 6, 2025
As escavações sugeriram que o local teve três fases de ocupação, dentro das quais houve várias fases de construção. A primeira fase de ocupação e construção ocorreu aproximadamente durante o terceiro quartel do século I d.C. Durante esta fase, a maioria das estruturas na área industrial foi construída, incluindo nove tanques de salga e processamento de peixe, com larguras entre 1 e 2,6 metros e profundidades entre 0,5 e 1 metro. Estes tanques de salga foram revestidos por um opus signinum, como forma de impermeabilização, composto por argamassa de gravilha, cal hidráulica e areia. Os cantos dos tanques eram arredondados, tornando-os mais fáceis de limpar e mais higiénicos. Durante esta primeira fase, foram também erguidos armazéns, bem como a casa do proprietário e, possivelmente, alojamentos para os trabalhadores. Havia também um poço de água doce, ainda não escavado, que beneficiava da proximidade de uma das raras nascentes da área, juntamente com uma cisterna.
Os banhos
May 6, 2025
Também foram construídos nesta época banhos romanos aquecidos. Estes eram aquecidos usando o sistema de hipocausto: um forno na cave aquecia o ar, que por sua vez aquecia o pavimento da casa de banho e as salas do caldário. Ainda são visíveis vários pilares que suportavam o pavimento sob o qual circulava o ar quente. Também é visível o frigidário revestido a mármore. Ainda durante a primeira fase de ocupação, no final do século I d.C., foram feitas alterações nas instalações de processamento de peixe com a adição de dois novos tanques. Estes eram menos profundos e mais permeáveis, levando os arqueólogos a acreditar que eram para o armazenamento de sal e/ou peixe e não para a produção de molhos de peixe e outras preparações.
A primeira fase de ocupação terminou no final do século I d.C. e o local parece não ter sido ocupado novamente até meados do século IV. Nesta altura, os trabalhos de construção consistiram principalmente em reparações das estruturas existentes para que o processamento de peixe pudesse ser novamente realizado. Foi tomado menos cuidado com a qualidade dos materiais de construção utilizados, uma característica dos anos de declínio do Império, e alguns materiais das duas primeiras fases de construção foram reciclados. A drenagem de águas pluviais e resíduos da fábrica foi melhorada.
A ocupação romana do complexo de Creiro terminou no final do século IV d.C., ou início do século V.