Cetobriga

Cetobriga

Tour

A tour of the roman legacy in the region of Setúbal

Description

Os primeiros vestígios de ocupação humana em Setúbal foram encontrados exclusivamente na colina de Santa Maria, que era delimitada a sul e a ocidente pela baía e por um braço de mar. O principal núcleo da cidade romana localizava-se nesta zona elevada, onde foi identificada uma estrutura interpretada como um edifício público, possivelmente parte do fórum.
No final da Idade do Ferro, começou a formar-se um cordão litoral a partir da colina que, em época romana, se estenderia até à atual Praça do Bocage. Nesta zona baixa instalaram-se atividades industriais, como fábricas de salga e olarias para produção de ânforas.
É provável que na zona pantanosa a norte deste cordão litoral, que só ficou colmatada no século XVI, se explorasse sal, embora seja difícil encontrar provas materiais. Não existem evidências diretas da atividade portuária, mas há numerosos testemunhos indiretos que comprovam a importância de Caetobriga como porto comercial romano.
A única necrópole identificada situava-se na zona oriental da colina de Santa Maria, possivelmente associada à entrada da via proveniente de Salacia. Era uma necrópole de inumação utilizada pelo menos entre os séculos II e IV.
Na margem direita da ribeira do Livramento existia outro núcleo de ocupação, com vestígios detetados sob o atual Bairro do Troino. A partir deste núcleo acedia-se à via para Olisipo, da qual a Calçada do Viso parece ser um vestígio.

Tour Map

0

Salgas de preparação de peixe

As ruínas da Fábrica Romana de Salga foram descobertas em 1979, aquando das obras de construção de um edifício situado na Travessa de Frei Gaspar, em Setúbal. Este complexo industrial destinava-se à preparação de derivados de peixe, incluindo o garum, ou pasta de peixe salgada, que na época constituía valiosa moeda de troca. Setúbal, a Cetobrica romana, era então um importante entreposto comercial, baseado em grande parte no comercio das conservas do abundante pescado do estuário do Sado. Para além da fábrica da Travessa de Frei Gaspar, conhecem-se duas outras na cidade, situadas na Rua Januário da Silva e na Praça de Bocage. A laboração destas salgadeiras implicava o desenvolvimento de indústrias auxiliares, como as olarias, os estaleiros, as manufacturas de redes de pesca, as salinas e as quintas agrícolas, dinamizando desta forma toda a região. As escavações arqueológicas realizadas no sítio revelaram dois grandes grupos estruturais. Um primeiro conjunto de estruturas teria eventual carácter habitacional, sendo datável de meados do século I d. C., época na qual seriam construídos o peristilo e a zona do pátio. No último quartel da centúria foi edificada a fábrica de salga, que se desenvolvia em torno do pátio central já referido, numa série de estruturas das quais apenas uma parte se encontra identificada. Junto da construção existiria um forno de olaria, para fabricação das ânforas nas quais os preparados de peixe eram embalados para exportação. A fábrica foi abandonada ao longo do século IV, quando os tanques ou cetárias passaram a ser utilizados como lixeiras, mas seria recuperada no século seguinte, quando se deu a segunda fase de construção do complexo. Embora não voltasse a laborar em pleno, os tanques foram beneficiados com novos revestimentos, em opus signinum, aparelhamento habitualmente utilizado para impermeabilizar estruturas, constando de cal e cerâmica triturada. Na mesma época, um dos tanques quadrangulares de maiores dimensões foi dividido em dois, e o pátio do século I foi igualmente revestido por um segundo pavimento. É em torno deste que se organizam, e são ainda visíveis, 14 tanques quadrangulares, dispostos em duas fiadas paralelas. A fábrica seria definitivamente abandonada no século V ou VI, certamente devido à decadência dos mercados e do comércio que se seguiu à queda do Império Romano, em 476 d.C.. Sílvia Leite / DIDA / IGESPAR, I.P. / 18-09-2007

Tanques de salga de peixe do período da ocupação romana, descobertos em 1979.

À semelhança do que sucedia noutros pontos da área atualmente ocupada pela Baixa setubalense (e, igualmente, em Troia), destinavam-se à manipulação de diversos preparados de peixe, avultando entre estes o garum (pasta de peixe salgada), que na época constituía valioso produto de exportação.

Setúbal, a Cetóbriga romana, era um importante entreposto comercial, baseado em grande parte na pesca, na conservação do pescado e na comercialização das conservas. Este espaço fabril romano foi abandonado ao longo do século IV, passando a ser utilizado como lixeira até à data da respetiva musealização.

Fábrica Romana de Salga

Pleiades ID: 53168773

production

Description

This Roman fish-salting workshop located in Setúbal dates to the first century CE. It was discovered in 1979.

See Further

  • Wikipedia (Spanish) Fábrica romana de salado de Setúbal
    Wikipedia: la enciclopedia de contenido libre. Wikimedia Foundation, 2001. https://es.wikipedia.org.
    Access

Names

es

Creators & Contributors

Jeffrey Becker

Citation Information

Jeffrey Becker. "Fábrica Romana de Salga" Pleiades, 14 June 2022. https://pleiades.stoa.org/places/53168773.
Last modified: 2022-06-14T20:25:09Z

Monument Information

Information

Monument ID
Name
Fábrica de Preparado de Peixe de Setúbal
Description
A Fábrica Romana de Salga situa-se na Travessa de Frei Gaspar, no centro da cidade de Setúbal, no subsolo de um edifício onde se encontravam instalados serviços da Região de Turismo da Costa Azul.[1] Esta unidade industrial romana, composta por catorze cetárias, foi descoberta em 1979, quando de obras efectuadas nesse mesmo local. Esta unidade dedicava-se à salga de peixe e pequenos crustáceos, com os quais se preparavam vários alimentos e condimentos, destacando-se o garo. Corresponde a um período de ocupação que vai do século I ao V/VI. A fábrica foi posteriormente abandonada, devido à decadência dos mercados romanos.
Compiler Organization
CCA
Compiler Person
CCA
Compilation Date
2025-05-08
Last Update
2025-05-08

Monument Types

food processing plants (fábricas de salga) AAT: 300006335

Historical Locations

  • Caetobriga
    Certainty: segura Period: Época Romana

Current Location

  • São Sebastião, Setúbal, Setúbal, Portugal

Time Periods

  • séc. I - séc. VI
    Period: Época Romana Method: Contexto arqueológico

Geographic Information

  • Coordinates: 38.523481, -8.890321
    Accuracy: confiável
    Feature Type: Point
    CRS: ETRS89 / Portugal TM06
1

Setúbal

Introdução

Os primeiros momentos de ocupação humana em Setúbal estão atestados exclusivamente na colina de Santa Maria, que era limitada a sul e a ocidente pela baía e por um braço de mar que se estendia até ao atual Bairro do Liceu. O núcleo principal da cidade romana situar-se-ia nessa zona alta, tendo sido aí identificada uma estrutura que é interpretada como edifício público, eventualmente parte do forum. No final da idade do ferro terá começado a formar-se um cordão litoral a partir da colina que, em época romana, se estenderia até à atual praça do Bocage. É nessa zona baixa que se vão instalar as atividades industriais, sendo conhecidas fábricas de salga e olarias que se destinavam à produção de ânforas. É provável que na zona pantanosa a norte deste cordão litoral, que ficará colmatada apenas no séc. XVI (Andrade & Silveira, 2007, p. 158), se fizesse a exploração do sal, embora dificilmente possam ser encontradas provas materiais que o atestem. Também não existem evidências materiais da atividade portuária mas são inúmeros os testemunhos indiretos que atestam a importância de Caetobriga como porto comercial em época romana.A única necrópole identificada situava-se na zona oriental da colina de Santa Maria (antiga Ladeira de São Sebastião), podendo eventualmente estar associada à entrada na cidade da via procedente de Salacia. Trata-se de uma necrópole de inumação que terá estado em utilização, pelo menos, entre os séc. II e IV.Na margem direita da ribeira do Livramento ou, se preferirmos, a ocidente do braço de mar / sapal, existia um núcleo de ocupação do qual restam alguns testemunhos detetados sob o atual bairro do Troino. Seria a partir desse núcleo que se atingia a via em direção a Olisipo, da qual a Calçada do Viso (n.º 59) parece ser uma sobrevivência material.A identificação de Setúbal com Caetobriga é consensual entre os investigadores, sobretudo quando, a partir de meados do séc. XX, a investigação arqueológica vem demonstrar claramente a existência de uma ocupação romana de carácter urbano no local e põe fim à discussão sobre a atribuição deste topónimo ao complexo industrial situado em Tróia.

Fábrica Romana de Salga

Pleiades ID: 53168773

production

Description

This Roman fish-salting workshop located in Setúbal dates to the first century CE. It was discovered in 1979.

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  • Wikipedia (Spanish) Fábrica romana de salado de Setúbal
    Wikipedia: la enciclopedia de contenido libre. Wikimedia Foundation, 2001. https://es.wikipedia.org.
    Access

Names

es

Creators & Contributors

Jeffrey Becker

Citation Information

Jeffrey Becker. "Fábrica Romana de Salga" Pleiades, 14 June 2022. https://pleiades.stoa.org/places/53168773.
Last modified: 2022-06-14T20:25:09Z

Monument Information

Information

Monument ID
Name
Setúbal
Description
Os primeiros momentos de ocupação humana em Setúbal estão atestados exclusivamente na colina de Santa Maria, que era limitada a sul e a ocidente pela baía e por um braço de mar que se estendia até ao atual Bairro do Liceu. O núcleo principal da cidade romana situar-se-ia nessa zona alta, tendo sido aí identificada uma estrutura que é interpretada como edifício público, eventualmente parte do forum. No final da idade do ferro terá começado a formar-se um cordão litoral a partir da colina que, em época romana, se estenderia até à atual praça do Bocage. É nessa zona baixa que se vão instalar as atividades industriais, sendo conhecidas fábricas de salga e olarias que se destinavam à produção de ânforas. É provável que na zona pantanosa a norte deste cordão litoral, que ficará colmatada apenas no séc. XVI (Andrade & Silveira, 2007, p. 158), se fizesse a exploração do sal, embora dificilmente possam ser encontradas provas materiais que o atestem. Também não existem evidências materiais da atividade portuária mas são inúmeros os testemunhos indiretos que atestam a importância de Caetobriga como porto comercial em época romana.A única necrópole identificada situava-se na zona oriental da colina de Santa Maria (antiga Ladeira de São Sebastião), podendo eventualmente estar associada à entrada na cidade da via procedente de Salacia. Trata-se de uma necrópole de inumação que terá estado em utilização, pelo menos, entre os séc. II e IV.Na margem direita da ribeira do Livramento ou, se preferirmos, a ocidente do braço de mar / sapal, existia um núcleo de ocupação do qual restam alguns testemunhos detetados sob o atual bairro do Troino. Seria a partir desse núcleo que se atingia a via em direção a Olisipo, da qual a Calçada do Viso (n.º 59) parece ser uma sobrevivência material.A identificação de Setúbal com Caetobriga é consensual entre os investigadores, sobretudo quando, a partir de meados do séc. XX, a investigação arqueológica vem demonstrar claramente a existência de uma ocupação romana de carácter urbano no local e põe fim à discussão sobre a atribuição deste topónimo ao complexo industrial situado em Tróia.
Compiler Organization
Universidade de Lisboa
Compiler Person
Maria José de Almeida
Compilation Date
2012-08-08
Last Update
2016-07-02

Monument Types

cities (cidades) AAT: 300008389 ports (portos) AAT: 300120599 primary roads (estradas principais) AAT: 300008283 potteries (manufactories) (olarias) AAT: 300006310 food processing plants (fábricas de salga) AAT: 300006335 necropolises (necrópoles) AAT: 300000372

Historical Locations

  • Caetobriga
    Certainty: segura Period: Época romana

Current Location

  • S.Julião, N.S. da Anunciada e S.Maria da Graça, Setúbal, Setúbal, Portugal

Time Periods

  • séc. I a.C - séc. VII d.C.
    Method: Contexto arqueológico

Geographic Information

  • Coordinates: 38.52322504809253, -8.88960339904608
    Accuracy: confiável
    Feature Type: Point
    CRS: ETRS89 / Portugal TM06
2

Estrada Romana do Grelhal

Situada nos arredores de Setúbal, na localidade do Grelhal, este troço de estrada romana com cerca de 300 metros atesta a importância que a região de Cetóbriga (Setúbal) tinha por alturas da ocupação Romana da Península, por aqui passar uma das mais importantes estradas da região. De facto, este troço fazia parte da via Romana que ligava Olissipo (Lisboa) a Cetóbriga (Setúbal) e daí seguia para Salácia (Alcácer do Sal), Ébora (Évora) rumando à muito importante Emérita Augusta (Mérida, em Espanha), partindo do importante Porto Fluvial de Equabona (Coina). Esta calçada com cerca de 2000 mil anos situa-se numa zona de pinhal, estendendo-se por cerca de 300 metros, fazendo parte de um interessante percurso pedestre de onde se avistam bonitos panoramas.

Troço de calçada, conservada de uma forma descontínua em cerca de 800m, entre o bairro do Viso (Setúbal) e a povoação do Grelhal. Com uma largura média de 5m, apresenta nas bermas blocos verticais não aparelhados, com cerca de 0,5m de altura. Embora não se conservem todos, estariam colocados em intervalos regulares de 7m de comprimento. Uma sondagem realizada por C.Tavares da Silva em 1966 revelou que o empedrado superficial, constituído por blocos de calcário comum e brecha da Arrábida, atinge uma profundidade de 0,30m nas bermas e de 0,15-0,20m na zona central. Este empedrado assenta sobre uma camada de areia argilosa vermelha com pequenos calhaus que, por sua vez, se sobrepõe a outra de blocos de grés conquífero do Mioceno, assente sobre uma camada de argila cinzenta. Estas camadas foram colocadas como preenchimento de uma caixa aberta sobre o substrato rochoso com uma profundidade de 0,80m (C. T. da Silva & Soares, 1986, pp. 200–201).O traçado tem uma orientação E-W, vencendo um desnível considerável, iniciando-se à quota altimétrica 113,4m no bairro do Viso para atingir os 63,8m na interseção com a rua da Alfarrobeira no Grelhal. A atribuição cronológica faz-se exclusivamente com base na técnica de pavimentação, sendo certo que a calçada foi usada em época medieval e moderna como caminho de acesso a partir de Setúbal à ermida de São Luís da Serra, pertencente à Ordem de Santiago (cf. n.º 206).

Monument Information

Information

Monument ID
Name
Calçada do Viso
Description
Troço de calçada, conservada de uma forma descontínua em cerca de 800m, entre o bairro do Viso (Setúbal) e a povoação do Grelhal. Com uma largura média de 5m, apresenta nas bermas blocos verticais não aparelhados, com cerca de 0,5m de altura. Embora não se conservem todos, estariam colocados em intervalos regulares de 7m de comprimento. Uma sondagem realizada por C.Tavares da Silva em 1966 revelou que o empedrado superficial, constituído por blocos de calcário comum e brecha da Arrábida, atinge uma profundidade de 0,30m nas bermas e de 0,15-0,20m na zona central. Este empedrado assenta sobre uma camada de areia argilosa vermelha com pequenos calhaus que, por sua vez, se sobrepõe a outra de blocos de grés conquífero do Mioceno, assente sobre uma camada de argila cinzenta. Estas camadas foram colocadas como preenchimento de uma caixa aberta sobre o substrato rochoso com uma profundidade de 0,80m (C. T. da Silva & Soares, 1986, pp. 200–201).O traçado tem uma orientação E-W, vencendo um desnível considerável, iniciando-se à quota altimétrica 113,4m no bairro do Viso para atingir os 63,8m na interseção com a rua da Alfarrobeira no Grelhal. A atribuição cronológica faz-se exclusivamente com base na técnica de pavimentação, sendo certo que a calçada foi usada em época medieval e moderna como caminho de acesso a partir de Setúbal à ermida de São Luís da Serra, pertencente à Ordem de Santiago (cf. n.º 206).
Compiler Organization
Universidade de Lisboa
Compiler Person
Maria José de Almeida
Compilation Date
2012-08-08
Last Update
2016-07-04

Monument Types

roads (estradas) AAT: 300008217 rigid pavements (pavimentos rígidos (calçadas)) AAT: 300002097

Current Location

  • S.Julião, N.S. da Anunciada e S.Maria da Graça, Setúbal, Setúbal, Portugal

Time Periods

  • Period: Época romana Method: Morfologia

Geographic Information

  • Coordinates: 38.52699372570951, -8.919000715915852
    Accuracy: confiável
    Feature Type: Point
    CRS: ETRS89 / Portugal TM06
3

Comenda

Complexo edificado do qual se conhecem duas áreas funcionais: um conjunto de cetárias e um edifício termal. Embora o sítio nunca tenha sido alvo de escavações arqueológicas, a atenção mais ou menos contínua que recebeu dos investigadores desde o séc. XIX permite considerar com alguma segurança a informação publicada.Além da vocação industrial associada à salga de peixe, o sítio teria também uma componente agrícola, já que se identificam alguns elementos associados à transformação de cereais (C. T. da Silva & Cabrita, 1964, p. 24). É contudo a existência de uma barragem associada ao complexo, com uma bacia hidrográfica de cerca de 2,6 km2, que atesta de uma forma mais evidente a possibilidade de se combinarem as atividades industriais com a produção agrícola (Quintela et al., 1987, pp. 71–73). O canal de que liga a barragem ao complexo edificado parece estar associado ao abastecimento das termas mas também à irrigação dos campos conhecidos atualmente como várzea da Comenda (Idem, 1987, p. 148).O ponto escolhido para representar o sítio é o centroide do polígono definido pela área de dispersão de vestígios romanos conforme publicada nos diferentes trabalhos citados.

Monument Information

Information

Monument ID
Name
Comenda
Description
Complexo edificado do qual se conhecem duas áreas funcionais: um conjunto de cetárias e um edifício termal. Embora o sítio nunca tenha sido alvo de escavações arqueológicas, a atenção mais ou menos contínua que recebeu dos investigadores desde o séc. XIX permite considerar com alguma segurança a informação publicada.Além da vocação industrial associada à salga de peixe, o sítio teria também uma componente agrícola, já que se identificam alguns elementos associados à transformação de cereais (C. T. da Silva & Cabrita, 1964, p. 24). É contudo a existência de uma barragem associada ao complexo, com uma bacia hidrográfica de cerca de 2,6 km2, que atesta de uma forma mais evidente a possibilidade de se combinarem as atividades industriais com a produção agrícola (Quintela et al., 1987, pp. 71–73). O canal de que liga a barragem ao complexo edificado parece estar associado ao abastecimento das termas mas também à irrigação dos campos conhecidos atualmente como várzea da Comenda (Idem, 1987, p. 148).O ponto escolhido para representar o sítio é o centroide do polígono definido pela área de dispersão de vestígios romanos conforme publicada nos diferentes trabalhos citados.
Compiler Organization
Universidade de Lisboa
Compiler Person
Maria José de Almeida
Compilation Date
2015-02-20
Last Update
2016-06-27

Monument Types

food processing plants (fábricas de salga) AAT: 300006335 complexes (buildings) (complexos edificados) AAT: 300000202 balnea (termas) AAT: 300120377 dams (barragens) AAT: 300006084 artificial water channels (canais artificiais) AAT: 300133792

Current Location

  • S.Julião, N.S. da Anunciada e S.Maria da Graça, Setúbal, Setúbal, Portugal

Time Periods

  • Séc. I - Séc. IV
    Method: Contexto arqueológico

Geographic Information

  • Coordinates: 38.50993176778451, -8.929540289821984
    Accuracy: confiável mas inferida
    Feature Type: Point
    CRS: ETRS89 / Portugal TM06
4

Estação arqueológica do Creiro

Na época romana, a riqueza de peixe e sal no estuário do Rio Sado levou à criação de indústrias de peixe salgado centradas nas cidades de Cetóbriga (atual Setúbal) e Tróia. A fábrica de Creiro foi uma das unidades de produção mais pequenas, mas antigas, de peixe salgado e em conserva, e de molhos de peixe que eram exportados por todo o Império em ânforas especialmente desenhadas. A região de Setúbal era a zona mais importante do Império Romano para o processamento de produtos piscícolas.

5

Ruinas romanas de tróia (Caetobriga)

Ainda não se conhece o nome romano do aglomerado industrial de Tróia, mas pensa-se que foi planeado e construído de raiz, dividido em lotes, separados por ruas estreitas, onde as fábricas de salga de peixe seriam instaladas.

Até à data, foram ali identificadas 25 unidades de produção (oficinas) que, da primeira metade do século I à primeira metade do século V, faziam a salga do peixe e preparavam diversos molhos, entre os quais o famoso e caro garum, que eram depois exportados para vários locais do Império, inclusive Roma.

No sitio arqueológico de Tróia, a área visitável mostra duas unidades de produção (oficinas I e II) que no inicio do séc I d.C. estariam ligadas, formando uma grande fábrica.

No final do século II, por motivos ainda desconhecidos, a produção em Tróia parece ter sido interrompida e algumas oficinas terão sido mesmo abandonadas.

A partir do segundo quartel do século III, a produção foi restabelecida mas com uma visível reestruturação e reorganização dos espaço: as oficinas I e II, por exemplo, foram separadas e alguns dos seus tanques, divididos em tanques mais pequenos.

Com mais ou menos adaptações e reestruturações ao longo dos séculos, a produção de preparados de peixe nas fábricas de Tróia terá durado até meados do século V.

from:
https://portugal-em-pedra.blogspot.com/2020/01/ruinas-romanas-de-troia-os-romanos-na.html

Tróia

Pleiades ID: 256485

production settlement

Description

The site of a large Roman town located on the Troia peninsula on the left bank of the Sado river.

See Further

  • BAtlas 26 B3 Tróia
    Talbert, Richard J. A., ed. Barrington Atlas of the Greek and Roman World. Princeton, N.J.: Princeton University Press, 2000. http://www.worldcat.org/oclc/43970336.
    Access
  • Tovar 1976, 215
  • TIR Emerita 157-58
  • Wikipedia (Portuguese) Ruínas romanas de Troia
    Wikipédia: A enciclopédia livre que todos podem editar (2001-), Ruínas romanas de Troia.
    Access
  • PECS (Perseus), TROIA (“Caetobriga”) Alentejo, Portugal
    Access

Citation Information

Jr., F.H. Stanley, and R.C. Knapp. "Tróia" Pleiades, 03 May 2014. https://pleiades.stoa.org/places/256485.
Last modified: 2014-05-03T16:04:06Z

Monument Information

Information

Monument ID
Name
Povoado romano de Tróia
Description
Aglomerado urbano. Povoado romano cujo desenvolvimento esteve relacionado com a actividade conserveira da salga de peixe, integrando numerosas cetárias, além do equipamento urbano característico dos povoados luso-romanos: habitações, termas, necrópole, columbário, basílica de quatro naves, com frescos de inspiração paleo-cristã, que se aproximam de outros em igrejas asturianas (ALMEIDA, 1971). O columbário (sepultura familiar) é um exemplar raro em território português. Junto à basílica existia uma construção circular, a N. da actual capela, provavelmente um baptistério, entretanto desaparecido, descrito por Marques da Costa (1933), que ainda viu um "crismon" pintado nas paredes da basílica, por ele interpretada apenas como uma capela sepulcral. As ruínas do agregado populacional compreendem uma área habitacional, um balneário, quatro zonas de enterramento, um núcleo religioso, além de vários núcleos industriais. Ruínas de edifícios de habitação, de um e dois pisos, formando quarteirões separados por ruelas, algumas luxuosas com mosaicos em opus vermiculatum, estuques com pintura a fresco; balneário - com vestíbulo, frigidarium, tepidarium e caldarium sobre hipocaustum, piscinas e sala de ginástica; vestígios de mosaicos em opus vermiculatum numa das piscinas; necrópoles de tipologia diversa: sepulturas sobrepostas numa altura de 7 m (margem da Caldeira), sepultura de incineração de Galla, mausoléu de planta quadrada com nichos abertos nas paredes, para guardar urnas cinerárias, sepulturas de superestrutura quadrangular (junto à basílica); basílica paleo-cristã - com duas partes distintas: a nave (22,5 x 13 m.), com vestígios de 8 bases de colunas e de arranques de arcadas transversais, a ábside, a O., com pavimento mais elevado, paredes estucadas e pintadas a fresco, com marmoreados, elementos geométricos e emblemáticos; cetárias - grande número de tanques de salga rectangulares e quadrangulares, contíguos, forrados em opus signinum e sem comunicação, com poços de boca circular nas proximidades, para fornecer água para a salmoura. Entre o espólio contam-se objectos de cerâmica, pesos de rede, lucernas, vidros, moedas, anzóis, agulhas de cozer rede, esculturas. Cronologia Séc. I - início da ocupação, que se prolongou até inícios do séc. 06, por povo luso-romano cuja principal actividade era a pesca, o fabrico e a exportação de conservas de peixe. A submersão de parte da povoação terá sido motivada por um fenómeno de transgressão marinha (fenómeno inicial de afundamento seguido de levantamento já com sedimentos), associado a vagas sísmicas e à acção erosiva do Sado (SILVA, 1966); Séc. I - II - necrópole de incineração; séc. 03 - estrato de enterramentos por inumação na necrópole: Época Medieval - enterramentos superficiais (2 m.) na necrópole; Bibliografia APOLLINARIO, Maximiano, Estudos sobre Tróia de Setúbal, in O Arqueólogo Português, vol. 3, Lisboa, 1897; COSTA, A. Marques da, Estudos sobre algumas estações da época luso-romana nos arredores de Setúbal, in O Arqueólogo Português, vol. 26, Lisboa, 1924, vol. 27, Lisboa, 1929; vol. 29, Lisboa, 1933; SILVA, Carlos Tavares da, CABRITA, Mateus Gonçalves, O problema da destruição da povoação romana de Tróia de Setúbal, in Revista de Guimarães, vol. 76, Guimarães, 1966; ALMEIDA, Fernando de, MATOS, José Luís de, Frescos da Capela Visigótica de Tróia, Setúbal", in Actas do 2º Congresso Nacional de Arqueologia, vol. 2, Coimbra, 1971; ALARCÃO, Jorge, Portugal romano, Lisboa, 1974; SOARES, Joaquina, Estação romana de Troia, Grândola, 1980; ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de, Arte paleo-cristã da época das invasões, in História da Arte, vol. 2, Lisboa, 1986. Número IPA Antigo: PT041505050001
Compiler Organization
CCA
Compiler Person
CCA
Compilation Date
2025-05-08
Last Update
2025-05-08

Monument Types

food processing plants (fábricas de salga) AAT: 300006335 water tanks (tanques (água)) AAT: 300006203 buildings (structures) (edifícios) AAT: 300004792