
Taco 1
Description
O monumento megalítico do Taco 1 (que integra a necrópole das Mamoas do Taco) localiza-se na Zona industrial de Albergaria-a-Velha (Albergaria-a-Velha, Aveiro).Geograficamente insere-se no Centro Norte Litoral, mais concretamente na "plataforma de Albergaria". Esta área inclinada para Oeste encontra-se limitada por pequenos relevos, com orientação NS, desde Fradelos (a Norte) à Srª do Socorro (a Sul). O monumento localiza-se numa área antes florestada a qual, em inícios do século XX, era designada "pinhal das mamoas". Este monumento foi identificado por Patrício Theodoro Álvares Ferreira que em 1911 convida Leite de Vasconcelos a visitar o local. Este investigador publica em 1912 … O monumento megalítico do Taco 1 (que integra a necrópole das Mamoas do Taco) localiza-se na Zona industrial de Albergaria-a-Velha (Albergaria-a-Velha, Aveiro).Geograficamente insere-se no Centro Norte Litoral, mais concretamente na "plataforma de Albergaria". Esta área inclinada para Oeste encontra-se limitada por pequenos relevos, com orientação NS, desde Fradelos (a Norte) à Srª do Socorro (a Sul). O monumento localiza-se numa área antes florestada a qual, em inícios do século XX, era designada "pinhal das mamoas". Este monumento foi identificado por Patrício Theodoro Álvares Ferreira que em 1911 convida Leite de Vasconcelos a visitar o local. Este investigador publica em 1912 uma pequena nota sobre o conjunto das Mamoas do Taco, referindo a existência de três mamoas de grande diâmetro e pouco altas. Destaca a ausência de pedras e que não são visíveis os esteios dos dolmens. Em 1985, na sequência das obras para o loteamento da Zona Industrial, ocupando agora uma zona de eucaliptal, é promovida uma intervenção de emergência, efetuada por F. Pereira da Silva, que numa primeira visita ao local, constata que a mamoa 2 tinha sido destruída, e as mamoas 1 e 3 se encontravam em relativo bom estado, mas sinais de violações. A mamoa 1 do Taco, a mais ameaçada pela abertura dos acessos à zona industrial, foi então intervencionada, sendo delineadas ações de conservação e proteção dos monumentos. No entanto, apenas em 2014 o sítio foi alvo de uma intervenção de escavação, conservação e restauro a cargo de Pedro Sobral de Carvalho e Vera Moreira Caetano. A área estava então transformada em depósitos de lixo e a abertura de um arruamento havia cortado a mamoa em cerca de 6m. Os trabalhos efetuados (1985 e 2014) revelaram uma mamoa de planta circular, constituída por terras argilosas, com 34m de diâmetro e 2,20m de altura máxima, sem carapaça pétrea exterior, mas com uma estrutura pétrea intermédia, identificada nos trabalhos de 2014. O tumulus cobria uma câmara poligonal alongada, de planta naviforme, composta por 9 esteios, com 3,60m de comprimento por 2,70m de largura e abertura a sudeste. O espaço interior da câmara terá sido rebaixado intencionalmente, e preenchido com uma"fina camada de areia", onde foi recolhido a maioria do espólio. Este, pelas suas características, parece apontar para os momentos iniciais do megalitismo do Centro de Portugal. Não foram identificados vestígios de contrafortagem dos esteios, o que se poderá explicar pela utilização de esteios relativamente pequenos e de terras argilosas, mais espessas em torno da câmara, que poderiam funcionar como contraforte. Na campanha de 1985 foi identificado um esteio (nº 3) com quatro figuras formadas por arcos de círculo concêntricos, gravadas na metade superior. Na intervenção de 2014 foram identificadas outras manifestações artísticas nos esteios: nº 1 - dois conjuntos de sulcos paralelos, picotados; nº 2 - Figura sub-rectangular com cantos arredondados, da qual parte uma linha do canto inferior esquerdo. Também apresenta uma figura composta por dois traços paralelos verticais unidos no topo por um traço horizontal. Junto ao ângulo superior direito foi gravado um pequeno apêndice. Nº 3 - para além da figuração formada por arcos de círculo concêntricos, na base do esteio foi gravado um motivo reticulado (30X17cm), que apresenta três secções horizontais, e em que a secção superior e a inferior ostentam três linhas verticais, uma das quias atravessa a secção mediana. Nº 4 - possível gravura constituída por dois conjuntos de depressões lineares. Nº 5 - retângulo de cantos arredondados (14X10cm), picotado. [atualizado por II, 4/03/19]
Archaeological Findings
Material lítico - 2 micrólitos geométricos em sílex, 2 lâminas em sílex, 1 machado em anfibolito (actualmente desaparecido), 2 prismas em cristal de rocha; 2 elementos moventes e 1 dormente, em granito, de mó manual. Dormente de mó manual, em granito, com as duas faces polidas, uma das quais apresenta de pigmentos de coloração vermelha. Cerâmica - dois fragmentos de recipientes cerâmicos, um de forma globular e outro de parede sub-vertical. Fragmento de tégula e fragmentos de uma bilha de época moderna. Cerâmica - dois fragmentos de recipientes cerâmicos, um de forma globular e outro de parede sub-vertical. Fragmento de tégula e fragmentos de uma bilha de época moderna.
Depositaries
Câmara Municipal de Albergaria-A-Velha
Classification
-
Conservation Status
-
References
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Taco a taco : a história de dois monumentos. (2016)
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Tumulações da Pré-historia Recente do Centro/Norte Litoral: o caso das Mamoas do Taco (Albergaria-a-Velha, Aveiro).. Arqueologia em Portugal. 2017 - Estado da Questão (2017)
CARVALHO, Pedro Manuel Sobral de (2017) - Tumulações da Préhistoria Recente do Centro/Norte Litoral: o caso das Mamoas do Taco (AlbergariaaVelha, Aveiro). In Arqueologia em Portugal. 2017 Estado da Questão. Lisboa, Associação dos Arqueólogos Portugueses, 505 517.
Location
40.70709, -8.495224