
Anta da Casa dos Mouros/ Foz do Rio Frio
Description
A Anta da Casa dos Mouros ou Anta da Foz do Rio Frio localiza-se em posição isolada, no topo de uma colina, na confluência entre o Rio Frio e o Rio Tejo, dominando um amplo território. Este monumento megalítico, orientado a nascente, apresenta câmara poligonal (com 2,90 m de diâmetro), constituída por onze esteios de granito e pavimento lajeado, e corredor, com cerca de 3,50 m de comprimento, por 1,10 m de largura, formado por cinco esteios à direita e cinco esteios à esquerda. No exterior identificam-se vestígios da mamoa, formada por um anel pétreo, compactado com barro, proveniente das … A Anta da Casa dos Mouros ou Anta da Foz do Rio Frio localiza-se em posição isolada, no topo de uma colina, na confluência entre o Rio Frio e o Rio Tejo, dominando um amplo território. Este monumento megalítico, orientado a nascente, apresenta câmara poligonal (com 2,90 m de diâmetro), constituída por onze esteios de granito e pavimento lajeado, e corredor, com cerca de 3,50 m de comprimento, por 1,10 m de largura, formado por cinco esteios à direita e cinco esteios à esquerda. No exterior identificam-se vestígios da mamoa, formada por um anel pétreo, compactado com barro, proveniente das margens do Rio Frio. O espólio foi identificado maioritariamente na área da mamoa e do corredor, sendo vestigiais os elementos identificados no interior da câmara. O espólio é constituído por artefactos de pedra lascada (trapézios, triângulos, crescentes, alabarda de sílex, facas de sílex, pontas de seta de base convexa, lâminas e raspadeiras em quartzo hialino), artefactos e pedras polida (machados) e afeiçoada (mós), uma placa de grés e duas placas de xisto, fragmentos de recipientes cerâmicos sem decoração (dois recipientes carenado) e um punhal de cobre. Em termos arquitetónicos e artefactuais este monumento regista dois momentos de ocupação, cronologicamente distintos. O primeiro momento enquadra-se no final do 5º milénio e na primeira metade do 4º milénio a. C. (Neolítico médio / Neolítico final), correspondendo à construção e utilização mais intensa desta anta. O segundo momento corresponde a uma reutilização desta estrutura no final do 3º milénio a. C. (Calcolítico final), com a realização de duas deposições funerárias no corredor, que tinham como espólio votivo dois recipientes cerâmicos carenados lisos, um punhal de cobre, um braçal de arqueiro e uma ponta de seta, inserindo-se nas tradições campaniformes. A diversidade cronológica de ocupações funerárias e rituais na Anta da Casa dos Mouros / Foz do Rio Frio evidencia a complexidade e longevidade simbólica deste monumento. A Anta da Casa dos Mouros ou Anta da Foz do Rio Frio foi identificada nos anos 70 do século XX por Maria Amélia e Thomas Bubner, correspondendo ao primeiro monumento megalítico documentado na área sul do concelho de Mação. Os trabalhos de escavação e restauro desta anta realizaram-se no verão de 1982, sendo também da responsabilidade do casal Bubner. (atualizado por C. Costeira e F. Bragança, 03/07/2019).
Archaeological Findings
Os achados para além de cerâmica sem decoração consistiram em 1 alabarda de silex, pontas de seta, lâminas e facas de sílex, micrólitos, 1 punhal de cobre, machados, duas mós, um peso de tear em grés e abundante indústria sobre quartzito, quartzo hialino e cristal de rocha.
Depositaries
Museu Municipal Dr. João Calado Rodrigues, Mação
Classification
Classificado como IM - Interesse Municipal
Conservation Status
-
References
A anta da Foz do Rio Frio ou Casa de Mouros (Ortiga) : resultado das escavações de 1982 (1982)
BUBNER, Maria Amelia H. P. e BUBNER, Thomas (1982). A anta da Foz do Rio Frio ou Casa de Mouros (Ortiga) : resultado das escavações de 1982. [BA Cat/PT Mação].
Anta da Foz do Rio Frio (Ortiga) - 1982. Informação Arqueológica (1985)
BUBNER, Maria Amelia H. P. e BÜBNER, Thomas (1985) - Anta da Foz do Rio Frio (Ortiga) 1982. In Informação Arqueológica. Lisboa. 5, p. 112113. [BA 0326].
Antropização da paisagem e gestão das matérias-primas: estudo arqueopetrográfico de monumentos megalíticos do Alto Ribatejo, Portugal (2015)
Moleiro, Vera (2015). Antropização da paisagem e gestão das matériasprimas: estudo arqueopetrográfico de monumentos megalíticos do Alto Ribatejo, Portugal.
Património Arquitectónico e Arqueológico Classificado. Inventário (1993)
(1993). Património Arquitectónico e Arqueológico Classificado. Inventário. Lisboa: IPPAR, 3 Vols. BA: PI/Pat.
Sítios arqueológicos visitáveis em Portugal. Al-madan (2001)
RAPOSO, Jorge (2001) - Sítios arqueológicos visitáveis em Portugal. In Almadan. Almada. 2ª série: 10, p. 100157. BA: 0006a.
Location
39.476572, -8.063372