
Quinta de Marim 3
Description
O sítio arqueológico da Quinta de Marim 3 localiza-se numa ampla herdade na margem direita da Ribeira do Marim, a cerca de 1 km do Parque Natural da Ria Formosa e da atual cidade de Olhão, sensivelmente a meio caminho das cidades romanas de Ossonoba (Faro) e Balsa (Luz de Tavira). Os primeiros trabalhos arqueológicos realizados na Quinta de Marim, da autoria de Estácio da Veiga (1877) e de Santos Rocha (1895), permitiram identificar várias estruturas pertencentes a uma villa romana com uma longa diacronia de ocupação, nomeadamente um edifício termal, áreas de armazenagem, um mausoléu monumental, um edifício absidal … O sítio arqueológico da Quinta de Marim 3 localiza-se numa ampla herdade na margem direita da Ribeira do Marim, a cerca de 1 km do Parque Natural da Ria Formosa e da atual cidade de Olhão, sensivelmente a meio caminho das cidades romanas de Ossonoba (Faro) e Balsa (Luz de Tavira). Os primeiros trabalhos arqueológicos realizados na Quinta de Marim, da autoria de Estácio da Veiga (1877) e de Santos Rocha (1895), permitiram identificar várias estruturas pertencentes a uma villa romana com uma longa diacronia de ocupação, nomeadamente um edifício termal, áreas de armazenagem, um mausoléu monumental, um edifício absidal interpretado como templo e diferentes áreas de necrópole, na qual se recolheu um conjunto significativo de epitáfios (Encarnação, 1992). Nas primeiras décadas do século XXI, os trabalhos arqueológicos realizados neste sítio centraram-se no mausoléu alto-imperial e no edifício tipo templo, construído no século IV d. C. (Antiguidade Tardia), com afinidades arquitetónicas (planta quadrangular com cabeceira absidal) com os edifícios de Milreu e São Cucufate. Apesar do carácter fragmentado dos trabalhos arqueológicos e das publicações mais antigas deste sítio arqueológico, o conhecimento disponível permite interpretá-lo como uma villa romana de dimensões significativas, com várias fases de construção e ocupação, balizadas entre o século II e os finais do século IV / inícios do século V d. C. O território de implantação desta villa permitia combinar o desenvolvimento da atividade agrícola com a exploração de recursos marinhos e fluviais. Neste sentido, é possível que o complexo de preparados de peixe identificado nas proximidades da Ria Formosa (CNS 7061) corresponda a uma das áreas funcionais desta villa. No que se refere às áreas e estruturas funerárias, os dados disponíveis evidenciam as profundas transformações religiosas e rituais vividas na Antiguidade Tardia nas villae do Sul da Lusitânia. (actualizado por C. Costeira, 28/06/2018).
Archaeological Findings
Fragmentos de lucernas, ânforas, dollium, recipientes de terra sigillata, cerâmica comum, objetos de adorno, painéis numismáticos, fragmentos de esculturas de mármore e inscrições funerárias.
Depositaries
Museu Arqueológico e Lapidar Infante D. Henrique e Museu Nacional de Arqueologia
Classification
-
Conservation Status
-
References
A Necrópole Romana da Quinta de Marim (Olhão). A onomástica enquanto índice sociocultural (1992)
ENCARNAÇÃO, José d' (1992). A Necrópole Romana da Quinta de Marim (Olhão). A onomástica enquanto índice sociocultural.
A transformação do espaço funerário no Ocidente entre o século IV - VI. Ambiguidade e Loci Sepulturae em Espaços Rurais do Sul da Lusitânia: o caso dos templos.. A arqueologia da Transição: entre o Mundo Romano e a Idade Média (2017)
BERNARDES, João Pedro (2017) - A transformação do espaço funerário no Ocidente entre o século IV VI. Ambiguidade e Loci Sepulturae em Espaços Rurais do Sul da Lusitânia: o caso dos templos. In A arqueologia da Transição: entre o Mundo Romano e a Idade Média.
Arqueologia Romana do Algarve (1972)
SANTOS, Maria Luísa Estácio da Veiga Affonso dos (1972). Arqueologia Romana do Algarve. Lisboa: Associação dos Arqueólogos Portugueses, vol. 1, p. 406.
As necrópoles romanas do Algarve - acerca dos espaços da morte no extremo Sul da Lusitânia (2014)
PEREIRA, Carlos (2014). As necrópoles romanas do Algarve acerca dos espaços da morte no extremo Sul da Lusitânia.
Carta Arqueológica de Portugal: concelhos de Faro, Olhão, Tavira, Vila Real de Santo António, Castro Marim, Alcoutim (1995)
MARQUES, Maria Teresa Fonseca Correia, ARAÚJO, Ana Cristina Reis da Silva, FARIA, António José Marques de, DUARTE, Cidália, PINHEIRO, Dina Paula da Silva Almeida, NUNO, Carlos Simões e LOURENÇO, Fernando Severino (1995). Carta Arqueológica de Portugal: concelhos de Faro, Olhão, Tavira, Vila Real de Santo António, Castro Marim, Alcoutim. Lisboa: Secretaria de Estado da Cultura, vol. 2, p. 314.
Elementos para o estudo comparativo de alguns objectos recolhidos no Castro de S. Miguel. O Arqueólogo Português (1895)
ROCHA, António dos Santos (1895) - Elementos para o estudo comparativo de alguns objectos recolhidos no Castro de S. Miguel. In O Arqueólogo Português. Lisboa. 1ª série: 1, p. 262264.
Escultura romana em Portugal: uma arte do quotidiano (2007)
GONÇALVES, Luis Jorge Rodrigues (2007). Escultura romana em Portugal: uma arte do quotidiano. STVDIA LVSITANA (Série Monográfica do Museo Nacional de Arte Romano, Mérida), nº 2 2 Volumes (Texto e Imagens).
Estabelecimento de producção de salga da Época Romana na Quinta do Marim (Olhão). Resultados preliminares das escavações de 1988-89.. Setúbal Arqueológica (1992)
SILVA, Carlos Tavares da, SOARES, Joaquina e SOARES, Antónia Coelho (1992) - Estabelecimento de producção de salga da Época Romana na Quinta do Marim (Olhão). Resultados preliminares das escavações de 198889. In Setúbal Arqueológica. Setúbal: Assembleia Distrital de Setúbal, Vol. IXX, pp. 335374.
Inscrições romanas do Conventus Pacensis: subsídios para o estudo da romanização (1984)
ENCARNAÇÃO, José d' (1984). Inscrições romanas do Conventus Pacensis: subsídios para o estudo da romanização. Coimbra:Instituto de Arqueologia da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, 2 vols., p. 941.
Las termas y balnea romanos de Lusitania (2004)
REIS, Maria Pilar (2004). Las termas y balnea romanos de Lusitania. STVDIA LVSITANA (Série Monográfica do Museo Nacional de Arte Romano, Mérida), 1.
Levantamento Arqueológico-Bibliográfico do Algarve (1988)
GOMES, Mário Varela e GOMES, Rosa Varela (1988). Levantamento ArqueológicoBibliográfico do Algarve. Delegação Regional do Sul da Secretaria de Estado da Cultura, Faro, 1988.
O azeite da Bética na Lusitânia. Conimbriga (1995)
FABIÃO, Carlos Jorge Soares (1995) - O azeite da Bética na Lusitânia. In Conimbriga. Coimbra. 3233, p. 219245.
O sítio da Quinta do Marim (Olhão) na época tardo-romana e o problema de localização da Statio Sacra. Revista Portuguesa de Arqueologia - vol. 10 (2007)
GRAEN, Dennis (2007) - O sítio da Quinta do Marim (Olhão) na época tardoromana e o problema de localização da Statio Sacra. In Revista Portuguesa de Arqueologia vol. 10.
Quinta do Marim (Algarve / Portugal) no quadro da cristianização do Ocidente. VI Encuentro de Arqueología del Suroeste Peninsular (2013)
PEREIRA, Carlos (2013) - Quinta do Marim (Algarve / Portugal) no quadro da cristianização do Ocidente. In VI Encuentro de Arqueología del Suroeste Peninsular.
The site of Quinta de Marim (Olhão): results and perspectives of investigation.. Xelb, 8 (2008)
GRAEN, Dennis, KLEINSCHMIDT, T, SCHIERL, Th. e ZIMMERMANN, K (2008) - The site of Quinta de Marim (Olhão): results and perspectives of investigation. In Xelb, 8.
The so-called tlemples at Milreu (Estói/Algarve), São Cucufate (Vila de Frades/Alentejo) and Quinta de Marim (Olhão/Algarve): a new interpretation of their function, based on actual excavations and iconographic studies. Xelb, 5 (2005)
GRAEN, Dennis (2005) - The socalled tlemples at Milreu (Estói/Algarve), São Cucufate (Vila de Frades/Alentejo) and Quinta de Marim (Olhão/Algarve): a new interpretation of their function, based on actual excavations and iconographic studies. In Xelb, 5.
Two Roman mausoleums at Quinta de Marim (Olhão): preliminary results of the excavations in2002 and 2003. Revista Portuguesa de Arqueologia (2005)
GRAEN, Dennis (2005) - Two Roman mausoleums at Quinta de Marim (Olhão): preliminary results of the excavations in2002 and 2003. In Revista Portuguesa de Arqueologia. Ed.: DGPC.
Location
37.040904, -7.811609